O Padeiro Brunno Malheiros, grava sua assinatura
no menu de pães da Cheiro do Pão
Nascido no meio da panificação, neto de panificadores e filho de consultora na área, sua mãe Kelly Malheiros. Sempre foi muito curioso, a produção da padaria dos seus avós chamava muita atenção. No escritório da padaria logo acima da produção, havia uma janelinha por onde os padeiros mandavam uma massinha para sovar na mesa da telefonista, isso era apenas uma brincadeira, pois nem sabia o que era ser padeiro.
Durante seu curso universitário, na medida que foi amadurecendo, percebeu que a paixão pela padaria o deixava inquieto, e por mais distante que andasse do ramo, algo sempre o chamava de volta. Quando aceitou que teria que andar em direção a esse chamado, começou a nascer e a se formar um padeiro.
Brunno gostaria de ser parte de algo maior, tinha vontade de estar conectado a um propósito e a uma essência. Ter uma causa que o fizesse levantar todos os dias destinado a fazer mais e melhor independente das circunstâncias. E durante essa caminhada foi construindo a sua identidade como profissional e como pessoa. Teve a oportunidade de conhecer lugares, empresas, atividades e pessoas que o enriqueceram com experiências de vida e tornaram o seu crescimento sólido.
A panificação para ele significa amor e servir. Amor ao processo de transformação onde se mistura farinha, água, sal e fermento e se tem um alimento sagrado, rico em nutrientes, que está presente na mesa de famílias a gerações e gerações ao redor do mundo. Servir porque nós sempre nos capacitamos, buscamos conhecimento e lutamos para ser melhores dia a dia com o objetivo de servir ao outro. Tendo amor ao produto e ao processo e pensando sempre em servir ao outro, tendo um conjunto de valores que o guiam desde a escolha da matéria-prima até a didática utilizada quando compartilha conhecimento em consultorias.
Conhecimentos que envolvem diretamente o processo de panificação e conhecimentos que circundam o empresário panificador. Sempre buscou entender os “porquês” do processo produtivo e essa é uma jornada que não tem fim, pois quando trabalhamos com algo vivo como o Pão, são muitas variáveis que influem no processo: qualidade e lote da farinha; qualidade da água utilizada; buscar compreender o comportamento do levain (fermento natural); tipos de equipamentos utilizados; variáveis que não temos controle como temperatura ambiente e umidade relativa do ar.
O padeiro artesão trabalha na contramão dessa velocidade que a internet e a indústria criou ao longo dos últimos anos e que tende a acelerar ainda mais. Trabalha com diferentes tipos e nacionalidades de farinha, água sempre filtrada e quando necessário, mineral, e sempre com o levain. Mas para se obter o melhor produto final, é preciso dar tempo para que as enzimas e as leveduras façam o seu papel de desenvolver as características de um bom pão. Durante o longo processo de longa fermentação, açúcares e proteínas são previamente digeridos pelo fermento natural tornando o pão com baixo índice glicêmico e com o glúten já degradado em cadeias de proteínas mais simples. Além da saudabilidade, é todo esse processo que cria o sabor delicioso, o aroma único e a textura singular de um pão produzido com respeito as etapas do processo. Tudo isso, claro, sem o uso de químicos e conservantes.
Sua maior inspiração para a vida é o Senhor Jesus. Depois a sua minha família. Ele tem grandes exemplos dentro de casa e considera isso um presente.